Ronai Lisboa
Curso de Introdução à Física Clássica: Mecânica, Termodinâmica, Fluidos, Ondas e Oscilações e Eletromagnetismo para Bacharelado em Ciências e Tecnologias.
Objetivos
Enunciar a Segunda Lei de Newton
Enunciar a Terceira Lei de Newton
Enunciar a Primeira Lei de Newton
Aplicar as Leis de Newton me problemas clássicos:
Plano inclinado.
Máquina de Atwood.
Movimento horizontal.
Movimento vertical.
Bibliografia.
Tipler - Cap. 4
Seções 4.1 a 4.8 ( todas!)
- Faça os exercícios resolvidos.
Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele.
Corpus omne perseverare in statu suo quiscendi vel movendi uniformiter in directum, nisi quatenus illud a viribus impressis cogitur statum suum mutare.
Aqui está um referencial inercial(*),
(*) A estação espacial internacional está girando em órbita, mas o evento ocorre num intervalo tal que a estação é considerada um referencial inercial.
A primeira lei de Newton. Os quadros de referenciais inerciais.
Uma conseqüência da Lei da Inércia é que não é possível deduzir das medições realizadas inteiramente em um referencial o movimento desse referencial em relação a outros referenciais.
A primeira lei de Newton. Os quadros de referenciais inerciais.
Observando a superfície do café ou a chave caindo você não será capaz de dizer se está em repouso ou se movendo à velocidade constante. Exceto, claro se houver uma variação da velocidade do avião!
O efeito é o mesmo daquele se você estivesse tomando o café ou deixando a chave cair enquanto está em uma cafeteria.
A primeira lei de Newton. Os quadros de referenciais inerciais.
As leis do universo são as mesmas em todos os referenciais inerciais, movendo-se a uma velocidade constante entre si.
As leis do universo são as mesmas em todos os referenciais inerciais, e não existe um referencial que esteja "em repouso" em algum sentido absoluto.
Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele.
A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção da linha reta na qual aquela força é imprimida.
Mutationem motus proportionalem esse vi motrici impressa, fieri secundum lineam rectam qua vis illa imprimitur
A Segunda Lei de Newton
A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção da linha reta na qual aquela força é imprimida.
Se há aceleração, então, a partícula não é livre.
Observa-se experimentalmente:
A força tem a direção da linha reta entre as partículas.
A força é proporcional à aceleração.
Se há aceleração existe uma interação de uma partícula com outra.
O movimento que não é natural é forçado.
As interações ocorrem entre um par de objetos.
As interações fazem os objetos acelerarem (variação da velocidade no tempo).
A colisão faz:
O carro 1 sair do repouso.
O carro 2 entrar em repouso.
Antes a velocidade é nula. Depois é constante.
Antes a velocidade é constante. Após é nula.
Movimento natural
Movimento forçado
Fonte: http://www.iwant2study.org
A Segunda Lei de Newton
Em um referencial inercial o movimento forçado é aquele em que:
LINK.
Carro 1
Carro 2
Para um grupo de objetos todos feitos do mesmo material, é mais difícil mudar o movimento de objetos maiores do que o movimento de objetos menores.
Os objetos maiores colocam mais resistência quando tentamos variar sua velocidade.
A inércia é uma medida da tendência de um objeto a resistir a qualquer variação em sua velocidade.
A Segunda Lei de Newton
A inércia é uma propriedade intrínseca do objeto e depende do tipo e da quantidade de material do objeto.
A Segunda Lei de Newton
Ao produto da massa inercial pela aceleração denominamos por força resultante.
Fonte: https://svgsilh.com/
A mudança de movimento (aceleração) é proporcional à força motora imprimida, e é produzida na direção da linha reta (direção da força) na qual aquela força é imprimida.
Se a massa inercial do objeto é constante (partícula):
é chamada de equação de movimento para o objeto porque permite determinar o movimento do objeto.
A aceleração do objeto pode ser calculada para qualquer tempo t,
A Segunda Lei de Newton
Ao produto da massa inercial pela aceleração denominamos por força resultante.
Ao produto da massa inercial pela aceleração denominamos por força resultante.
A toda ação há sempre oposta uma reação igual, ou, as ações mútuas de dois corpos, um sobre o outro, são sempre iguais e dirigidas a partes opostas.
Actioni contrariam semper & aqualem esse reactionem: sive corporum duorum actiones in se mutuo semper esse aquales & in partes contraria dirigi.
Se você empurrar uma caixa pelo chão, a caixa empurra você com uma força de igual magnitude, na mesma direção e no sentido oposto.
Pode um objeto inanimado, como uma caixa, exercer uma força e, se sim, como sabemos que essa força existe? SIM. PODE, pois o objeto se deforma e deformações estão associadas à forças!
A Terceira Lei de Newton
ATENÇÃO. Note que você aplica a força na caixa. A caixa aplica um força em você.
ATENÇÃO. O par de interação atua em objetos diferentes!
Fonte: https://svgsilh.com/
Sempre que dois objetos interagem, exercem sobre si forças iguais em magnitude e direção, mas opostas em sentido.
A força que Konishiki Yasokichi (b.1963) exerce sobre o menino é a mesma força que o menino exerce sobre Konishiki Yasokichi.
Fonte: https://hipwallpaper.com
A terceira lei de Newton
O par de ação e reação são forças internas e se cancelam dentro do sistema. Assim, elas não são capazes de alterar o movimento do centro de massa sistema.
A Terceira Lei de Newton
A equação de movimento permite obter toda a história do movimento do objeto:
Vamos obter as funções velocidade e posição:
Integrando de uma velocidade inicial em \(t_i\) = 0 a uma velocidade final em \(t_f\) = t:
Reescrevendo:
Integrando de uma posição inicial em t = 0 a uma posição final em t = t:
A equação de movimento
porque essas forças se cancelam aos pares. As massas se aproximam, mas o centro de massa fica imóvel.
As forças internas ao sistema não são capazes de alterar o movimento do centro de massa sistema.
As forças internas
As mudanças de movimento são inversamente proporcionais às massas:
porque
A soma vetorial de todas as forças exercidas em um objeto é igual à força resultante sobre o objeto.
A magnitude da velocidade da caixa é \(\Delta v_c = \frac{F_{Rc}}{m} \Delta t\).
equivalente
O princípio de superposição
A aceleração da caixa é \(\frac{\Delta v_c}{\Delta t} = \frac{F_{Rc}}{m}\).
Exemplo 1
Considerar a situação em que três cordas são amarradas em um ponto comum, com uma equipe puxando cada corda. Suponha que a equipe 1 esteja puxando para o oeste com uma força de 2750 N, e que a equipe 2 esteja puxando para o norte com uma força de 3630 N. Uma terceira equipe pode puxar de tal forma que o cabo de guerra com três equipes termine empatado, ou seja, nenhuma equipe consiga mover a corda? Se sim, qual é o módulo e o sentido da força necessária para realizar isso?
Fonte: Wolfgang
Exemplo 2
Um ginasta de massa 55 kg está pendurado verticalmente em um par de argolas paralelas. Se as cordas que sustentam as argolas são verticais e presas a teto diretamente acima, qual é a tensão em cada corda?
Fonte: Wolfgang
Fonte: https://images.app.goo.gl/
Exemplo 3
Que força precisamos aplicar à extremidade livre da corda 1 para manter o sistema em equilíbrio estático?
Fonte: Wolfgang
Exemplo 4
Um praticante de skibunda (massa de 72,9 kg, altura de 1,79 m) está descendo uma montanha de areia com um ângulo de 22° em relação à horizontal. (a) Se pudermos desprezar o atrito, qual é sua aceleração? (b) Supondo que tenha partido do repouso, qual a sua velocidade na base da inclinação se a altura da inclinação é de 10 m?
Exemplo 5
Neste problema clássico, uma massa pendurada gera uma aceleração para uma segunda massa sobre uma superfície horizontal (Figura). Um bloco, de massa \(m_1\), está sobre uma superfície horizontal sem atrito e é conectado por meio de uma corda sem massa (por questão de simplicidade, orientada no sentido horizontal) que passa sobre uma polia sem massa para outro bloco, com massa \(m_2\), pendurada na corda. (a) Qual a aceleração do sistema? (b) Quais as trações? (c) Quanto tempo leva para \(m_2\) tocar o chão se caiu de uma altura igual h e foi solto a partir do repouso?
Fonte: Wolfgang
Exemplo 6
A máquina de Atwood consiste em dois pesos pendurados (com massas \(m_1\) e \(m_2\)) conectados por uma corda que passa por uma polia. Por enquanto, consideramos um caso sem atrito, em que a polia não se move e a corda desliza sobre ela. Também pre- sumimos que \(m_1 > m_2\). Neste caso, a aceleração é conforme mostrada na Figura. (a) Qual a aceleração do sistema? (b) Qual a tensão na corda?
Fonte: Wolfgang
Exemplo 7
Um elevador tem massa de 358,1 kg, e a massa combinada das pessoas dentro dele é de 169,2 kg. O elevador é puxado para cima por um cabo, com aceleração constante de 4,11 m/s\(^2\). Qual é a tensão no cabo?
Fonte: Wolfgang
Exemplo 8
O trator de bagagem A mostrado na fotografia tem massa de 450 kg e reboca a carreta B de 275 kg e a carreta C de 160 kg. Por um curto período de tempo, a força de atrito motora desenvolvida nas rodas do trator é de \(F_A\) = (200t) N, onde t é dado em segundos. (a) Se o trator parte do repouso, determine sua velocidade escalar em 2 segundos. (b) Além disso, qual é a força horizontal atuando sobre o engate entre o trator e a carreta B nesse instante? Despreze a dimensão do trator e das carretas.
Fonte: Hibbeler
Exemplo 9
O bloco A de 100 kg mostrado na Figura é solto do repou- so. Se as massas das polias e da corda são desprezadas, determine a velocidade escalar do bloco B de 20 kg em 2 s.
Fonte: Hibbeler
Exemplo 10
Um projétil de 10 kg é disparado para cima verticalmente a partir do solo com uma velocidade inicial de 50 m/s. Determine a altura máxima que ele atingirá se: (a) a resistência atmosférica for desprezada; e (b) a resistência atmosférica for medida como \(F_D\) = (0,01v\(^2\)) N, onde v é a velocidade escalar do projétil a qualquer instante, medida em m/s.
Fonte: Hibbeler
Fonte: Openstax.org
A partir da colisão entre dos carros padrões é possível construir o gráfico da posição versus o tempo.
Aqui temos uma simulação (idealizada) do que ocorre nos laboratórios de física.
As Leis de Newton
Para dois carros idênticos (padrões) há uma troca de velocidades devido a colisão.
ANTES
DEPOIS
As Leis de Newton
Não importa se um dos carros está em movimento ou em repouso. Há troca de velocidades devido à colisão entre eles.
ANTES
DEPOIS
As Leis de Newton
Para dois carros padrões idênticos observamos que:
Caso 1
Caso 2
As Leis de Newton
Prendemos dois carros padrões juntos para que o tamanho deste conjunto seja o dobro (d) do tamanho do outro carro padrão (p).
INICIAL
FINAL
FINAL
INICIAL
final - inicial
final - inicial
O que significa esse sinal negativo?
O que significa esse sinal negativo?
As Leis de Newton
Não importa como os carros se movam (ou não se movam) inicialmente, a variação de velocidade do carro duplo é diferente da variação da velocidade do carro padrão.
A variação de velocidade do carro padrão é negativa.
A variação da velocidade do carro duplo é positiva.
Para o carro duplo a magnitude da variação da velocidade é a metade da magnitude da variação da velocidade do carro padrão.
As Leis de Newton
Cortamos um carro padrão ao meio para que o tamanho desta unidade seja a metade (m) do tamanho do outro carro padrão (p).
INICIAL
FINAL
FINAL
INICIAL
final - inicial
final - inicial
As Leis de Newton
Não importa como os carros se movam (ou não se movam) inicialmente, a variação da velocidade do meio-carro é diferente da variação da velocidade do carro padrão.
A variação da velocidade do carro padrão é negativa.
A variação de velocidade do meio-carro é positiva.
Para o meio-carro a magnitude da variação da velocidade é o dobro da magnitude da variação da velocidade do carro padrão.
As Leis de Newton
Para dois carros padrões que não são idênticos observamos que:
Caso 3
Caso 4
As Leis de Newton
A razão das inércias dos dois carros é igual ao inverso da razão de suas variações de velocidade.
Se
Experimento | Carro 1 | Carro 2 | ||
---|---|---|---|---|
1 e 2 | padrão | padrão | 1,0 | 1,0 |
3 | padrão | dobro | 2,0 | 0,5 |
4 | padrão | metade | 0,5 | 2,0 |
Inércia (\(m\))
Razão das inércias
Razão da variação das velocidades
Verificamos experimentalmente que existe uma relação entre a inércia e a variação das velocidades:
As Leis de Newton
A aceleração média de cada carrinho é:
E a razão entre as acelerações são proporcionais a uma constante positiva que depende apenas das partículas e não depende do movimento de cada partícula. A razão é proporcional às massas inerciais, mas em uma razão inversa:
Colisões de curto e longo alcance
As Leis de Newton
No movimento forçado a interação da partícula A com a partícula B se manifesta pelo fato do corpo sair do Movimento Retilíneo Uniforme.
As forças sempre vêm aos pares (reciprocidade da força):
Quando dois objetos interagem, cada um exerce uma força sobre o outro.
A única diferença entre as duas colisões é que a interação é suavizada por uma mola.
sem mola \(\Rightarrow\)
\(\Leftarrow\) com mola
As Leis de Newton
A variação de momento do carrinho 1 é compensada por uma variação no momento do carrinho 2. Vejamos a interação do sistema isolado dos carros com mola.
carro 1
carro 2
Sistema Isolado dos carros com mola
As Leis de Newton
Em ambas as colisões a variação de momento do carrinho 1 é compensada por uma variação no momento do carrinho 2. Vejamos a interação do sistema de carros sem mola.
carro 1
carro 2
Sistema Isolado dos carros sem mola
As Leis de Newton
Sempre que dois objetos interagem, exercem um sobre o outro forças que são iguais em magnitude e direção, mas opostas em sentido.
O par de forças que dois objetos em interação exercem um sobre o outro é chamado par de interação.
As Leis de Newton
A conclusão de que objetos em interação exercem forças iguais na mesma direção, mas em sentidos opostos um sobre o outro é um resultado direto da lei da conservação do momento e da nossa definição de força.
não há força externa resultante!
há força internas que são um par de interação!
By Ronai Lisboa
Dinâmica. As Leis de Newton. Aplicações das leis de Newton: peso, planos inclinados, cordas, polias.
Curso de Introdução à Física Clássica: Mecânica, Termodinâmica, Fluidos, Ondas e Oscilações e Eletromagnetismo para Bacharelado em Ciências e Tecnologias.